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Women’s Prize for Fiction: finalistas são anunciadasLeitura em 4 minutos

Finalistas do Women's Prize for Fiction 2020 são anunciadas.

Situado na Inglaterra elisabetana assombrada pela ameaça de peste, o romance de Maggie O’Farrell sobre a morte do filho de Shakespeare, Hamnet, disputa com The Mirror and the Light, de Hilary Mantel, o Women’s Prize for Fiction deste ano. Os dois romances foram avaliados pelo The Guardian como os favoritos em uma “lista de pesos-pesados ​​que competirão neste outono pelo prêmio de £30.000.”

É necessário lembrar, no entanto, que a obra vencedora do Booker Prize de 2019 também está entre as finalistas. Girl, Woman, Other de Bernardine Evaristo, que segue um grupo de 12 personagens, a maioria delas mulheres negras, foi publicado em maio do ano passado e vem angariando muitos leitores e resenhas positivas desde a sua vitória no Booker.

A lista de finalistas é também composta com Weather de Jenny Offill, que explora a ansiedade climática, A Thousand Ships, de Natalie Haynes, uma narrativa da Guerra de Tróia a partir das perspectivas das mulheres envolvidas e Dominicana, de Angie Cruz, sobre uma adolescente que se casa com um homem mais velho a fim de tirar sua família da República Dominicana rumo aos EUA.

As juradas contaram ter chegado a lista de seis finalistas após uma “longa reunião no Zoom”, durante a qual ânimos se exaltaram, disse a presidente do júri e empresária Martha Lane Fox.

É um grande ano. Havia muitos livros extremamente impressionantes na longlist. Foi difícil. Ainda somos amigas, mas não vou fingir, foi tenso. Não estávamos brigando, mas os ânimos se exaltaram, exatamente como você gostaria em um processo assim.

Hamnet, uma narrativa sobre a breve vida do filho de Shakespeare, que morreu aos 11 anos de idade, e o efeito de sua morte em sua mãe, é “extraordinário”, disse Lane Fox, que também considerou The Mirror and the Light, o best-seller que conclui da trilogia de Mantel sobre a vida de Thomas Cromwell, fenomenal. Mantel, que ganhou o Booker Prize duas vezes pelos dois primeiros volumes da série, Wolf Hall e Bring Up the Bodies, ficou entre as finalistas do Women’s Prize três vezes, mas nunca ganhou.

“Se Mantel coloca você nesse turbilhão da história, em uma prosa tão perfeitamente situada, colocada de forma tão clara, o que O’Farrell fez em seu livro me fez pensar em como as mulheres se moviam no espaço e pelos lugares de uma maneira realmente maravilhosa”, disse Lane Fox. “Eu me senti como se estivesse naqueles corredores e salas com as personagens dela de uma maneira como nunca me senti em relação a um romance antes.”

Hamnet se inicia com seu personagem-título tentando encontrar ajuda para sua irmã gêmea Judith, que está acamada com o que ele teme ser a peste. Ao pensar em nódulos se formando sob a pele dela, “um medo frio passa pelo peito dele, envolvendo seu coração”.

“Está muito sintonizado com as experiências angustiantes pelas quais estamos passando atualmente”, disse Lane Fox.

Todos os livros, segundo ela, se baseiam em experiências “grandes e densas”: “identidade, relações de gênero, poder, guerra, tristeza, crise climática, escravidão, imigração.”

“Essas escritoras não estão se esquivando dos tópicos que todos enfrentaremos na próxima década”, disse ela. “Estamos vivendo tempos difíceis, tristes e complexos, então histórias incríveis proporcionam esperança, um momento de fuga e um ponto de conexão agora mais do que nunca … Estamos muito orgulhosas desses livros – todos os leitores encontrarão consolo se escolherem um deles.”

O Women’s Prize visa recompensar “excelência, originalidade e acessibilidade em obras escritas por mulheres em inglês de todo o mundo.” A premiação está comemorando seu 25º aniversário este ano com um novo clube do livro digital, o #ReadingWomen, que abordará todas as vencedoras de outras edições, de A Spell of Winter, de Helen Dunmore, que venceu em 1996, a An American Marriage por Tayari Jones, que venceu no ano passado. Uma votação pública neste outono escolherá a “vencedora das vencedoras.”

Lane Fox é acompanhada no painel de juradas pela escritora e ativista Scarlett Curtis, pela cofundadora do Black British Business Awards Melanie Eusebe, pela autora e comediante Viv Groskop e pela autora Paula Hawkins.

A cerimônia de anúncio da vencedora deste ano foi adiada de junho para 9 de setembro devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19).

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Professora na UERJ | Website

Marcela Santos Brigida é professora de literatura inglesa na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.  Doutora em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2022), defendeu tese sobre a obra da escritora irlandesa contemporânea Anna Burns. No mestrado (UERJ, 2020), pesquisou a relação entre a poesia de Emily Dickinson e a canção. É bacharel em Letras com habilitação em língua inglesa e suas literaturas (UERJ, 2018). Atuou como editora geral da Revista Palimpsesto (2020-2021). É coordenadora do projeto de extensão Literatura Inglesa Brasil (UERJ). Tem experiência nas áreas de literaturas de língua inglesa, literatura comparada e estudos interartes, com especial interesse no romance de língua inglesa do século XIX e na relação entre música e poesia.

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