Pular para o conteúdo

Adaptação de Sanditon, de Jane Austen, estreia hoje no Reino UnidoLeitura em 3 minutos

Rose Williams como Charlotte Heywood

Estreia hoje no Reino Unido a primeira adaptação televisiva do último romance (não-concluído) de Jane Austen, Sanditon. Adaptada por Andrew Davies (War & Peace, Les Misérables, Pride and Prejudice), a série terá oito episódios.

Austen começou a trabalhar na obra em janeiro de 1817. Originalmente chamado The Brothers, o romance teve seu título alterado para Sanditon na ocasião da sua publicação original, em 1925. A autora trabalhou em The Brothers até meados de março de 1817, quando supõe-se que sua condição de saúde a obrigou a interromper a elaboração da obra. Austen faleceu em julho daquele mesmo ano.

Davies está longe de ser o primeiro autor a “dar continuidade” ao texto deixado por Austen: Sanditon tem mais de dez outras adaptações/continuações listadas na Wikipédia. No entanto, esta é a primeira grande produção televisiva cobrindo o último romance da autora de Orgulho e Preconceito.

Cobrindo o conceito da presente adaptação, estrelada por Rose Williams como Charlotte Heywood e Theo James como Sidney Parker, casal que se conhece na aldeia de pescadores de Sanditon, a ITV publicou o seguinte press release:

Inspirado no romance final não-terminado de Jane Austen, Sanditon é uma representação interessante de uma cidade litorânea em desenvolvimento durante a Regência, na vanguarda das grandes mudanças sociais e econômicas da época. Quando um acidente de carruagem apresenta a jovem Charlotte Heywood à família Parker, ela embarca em uma jornada da única casa que já conheceu ao idílio à beira-mar de Sanditon.

Conduzida pelo entusiasmo do empresário Tom Parker pelo desenvolvimento da outrora pequena vila de pescadores em um elegante resort à beira-mar, Charlotte rapidamente se encontra no coração de uma comunidade diversa e inesperada. Desde a direta, mas avarenta Lady Denham, de cuja fortuna o projeto Sanditon depende, à amarga luta entre os numerosos parentes que desejam herdar o dinheiro de Lady Denham, Charlotte rapidamente descobre que nem todos são como eles parecem inicialmente. Com a chegada de uma rica herdeira mestiça e uma sucessão de hipocondríacos que buscam “curas” pela água salgada, Charlotte deve aprender a navegar pelas estruturas sociais complexas da cidade.

Temos também Sidney Parker. Bonito, mas também o mais intenso dos irmãos Parker, Sidney e Charlotte quase imediatamente entram em confronto. Charlotte – espirituosa, aberta e inexperiente – é plenamente franca sobre a família de Sidney e ele fica ofendido com a estridência e a ignorância ingênua dela. Com o mar escuro estendendo-se atrás deles, e a agitação de um baile da Regência nas proximidades, as linhas de batalha desse romance central, sinuoso e intenso são traçadas. Entre pretendentes rivais e perigo inesperado, Charlotte e Sidney poderão ver além dos defeitos um do outro e criar um relacionamento real? Conforme a ambiciosa visão de Tom para a cidade começa a desmoronar, poderão Sanditon – e o lugar de Charlotte dentro dela – serem salvos?

Esta rica saga familiar, que se estende das Índias Ocidentais às ruelas apodrecidas de Londres, leva-nos ao coração de uma cidade consumida pela divisão de classes, ambição, poder e romance. Charlotte Heywood vai a Sanditon se descobrir e, finalmente, encontrar o amor.

Nos Estados Unidos, a série irá ao ar pela PBS e tem previsão para estrear em 2020. Ainda não há previsão para a estreia da produção no Brasil.

Se você nunca leu os onze capítulos de Sanditon, temos uma boa notícia: será publicada no dia 12 de setembro uma nova edição da obra, integrante da coleção Penguin’s Clothbound Classics.

Confira o trailer da série abaixo:

Publicado por

Professora na UERJ | Website

Marcela Santos Brigida é professora de literatura inglesa na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.  Doutora em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2022), defendeu tese sobre a obra da escritora irlandesa contemporânea Anna Burns. No mestrado (UERJ, 2020), pesquisou a relação entre a poesia de Emily Dickinson e a canção. É bacharel em Letras com habilitação em língua inglesa e suas literaturas (UERJ, 2018). Atuou como editora geral da Revista Palimpsesto (2020-2021). É coordenadora do projeto de extensão Literatura Inglesa Brasil (UERJ). Tem experiência nas áreas de literaturas de língua inglesa, literatura comparada e estudos interartes, com especial interesse no romance de língua inglesa do século XIX e na relação entre música e poesia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *