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Colson Whitehead vence o Pulitzer por The Nickel BoysLeitura em 3 minutos

Colson Whitehead vence o Pulitzer de ficção de 2020 por The Nickel Boys.

Colson Whitehead, This American Life e jornalistas do New York Times estão entre os vencedores do Pulitzer deste ano. Decisão foi anunciada nesta segunda-feira (4).

Durante um vídeo transmitido de casa, a administradora do Pulitzer, Dana Canedy, se referiu aos “tempos difíceis” em que os prêmios estão sendo anunciados, mas sublinhou “como o jornalismo continua tão importante quanto sempre” e que as artes continuam a “amparar, unir e inspirar”.

O prêmio de melhor obra de ficção foi para Whitehead por seu romance The Nickel Boys, elogiado como “escasso e devastador”. A obra narra a história de um reformatório abusivo na Flórida. Whitehead já tinha ganho o Pulitzer por The Underground Railroad (2017), que está sendo adaptado em uma série da Amazon Prime Video pelo roteirista e diretor de Moonlight, Barry Jenkins.

O prêmio geral de não-ficção foi conquistado por dois livros: The Undying: Pain, Vulnerability, Mortality, Medicine, Art, Time, Dreams, Data, Exhaustion, Cancer and Care de Anne Boyer e  The End of the Myth: From the Frontier to the Border Wall in the Mind of America, de Greg Grandin. A primeira obra focaliza “a brutalidade da doença e o capitalismo no tratamento do câncer nos EUA”, enquanto o segundo investiga “o mito americano da expansão sem limites”.

Este ano, foi concedido o primeiro prêmio por reportagem em áudio, concedido à equipe do podcast This American Life, juntamente com Molly O´Toole, do Los Angeles Times, e Emily Green, freelancer do Vice News. O episódio premiado, “The Out Crowd”, foi celebrado por seu “jornalismo íntimo e revelador que ilumina o impacto pessoal da política Remain in Mexico do governo Trump.”

O prêmio da categoria Breaking News Reporting foi concedido à equipe do Courier-Journal em Louisville pela “cobertura rápida de centenas de perdões concedidos de última hora pelo governador de Kentucky”, enquanto o vencedor na categoria de reportagens investigativas foi Brian M. Rosenthal, do New York Times, por seu exposé da indústria do táxi na cidade de Nova York.

Outros prêmios de jornalismo foram concedidos a Ben Taub por sua reportagem na The New Yorker sobre um homem que foi sequestrado, torturado e privado de sua liberdade por mais de uma década nas instalações de detenção na Baía de Guantánamo e Nikole Hannah-Jones do New York Times por “um ensaio abrangente, um relato profundamente pessoal” sobre a escravização de africanos como parte do aclamado 1619 Project do jornal. A equipe de fotografia da Reuters também foi homenageada por seus registros dos protestos de Hong Kong.

O prêmio de música foi concedido a Anthony Davis por sua “corajosa obra de ópera” The Central Park Five, enquanto o prêmio de drama foi concedido a Michael R Jackson por A Strange Loop, um musical sobre questões de identidade, raça e sexualidade. O prêmio de biografia do ano foi para Benjamin Moser por seu livro “construído com autoridade” Sontag: Her Life and Work, enquanto The Tradition, de Jericho Brown, ganhou na categoria de poesia.

Também houve uma citação póstuma especial concedida a Ida B Wells por seus “relatórios formidáveis ​​e corajosos” sobre linchamentos. Serão doados US$50.000 em apoio à sua missão. Os contemplados ainda serão anunciados.

O anúncio dos indicados foi adiado em duas semanas devido à pandemia do novo coronavírus e o almoço anual de premiação, geralmente realizado em maio, também foi adiado para uma data ainda não anunciada.

Com informações do The Guardian.

Publicado por

Marcela Santos Brigida
Professora na UERJ | Website

Marcela Santos Brigida é professora de literatura inglesa na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.  Doutora em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2022), defendeu tese sobre a obra da escritora irlandesa contemporânea Anna Burns. No mestrado (UERJ, 2020), pesquisou a relação entre a poesia de Emily Dickinson e a canção. É bacharel em Letras com habilitação em língua inglesa e suas literaturas (UERJ, 2018). Atuou como editora geral da Revista Palimpsesto (2020-2021). É coordenadora do projeto de extensão Literatura Inglesa Brasil (UERJ). Tem experiência nas áreas de literaturas de língua inglesa, literatura comparada e estudos interartes, com especial interesse no romance de língua inglesa do século XIX e na relação entre música e poesia.

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