Christmas in the Fog, conto de Frances Hodgson Burnett, será republicado em Queens of the Abyss, uma antologia de contos esquecidos de grandes escritoras.
Em notícia publicada nesta semana, o The Guardian anunciou que o “lado sombrio de Frances Hodgson Burnett”, autora de romances infantis que se tornaram clássicos, como The Secret Garden e Little Lord Fauntleroy, deve ser revelado em um conto que permaneceu intocado nos arquivos da Biblioteca Britânica por mais de 100 anos.
Embora Hodgson Burnett seja mais conhecida por sua ficção infantil, por volta de 1914 ela começou a escrever uma série de esboços que combinavam autobiografia e ficção. Publicados na revista Good Housekeeping, os contos saíram sob o título The Romantick Lady – uma “cifra para o lado imaginativo e mais fantasioso da autora”, disse o editor da Biblioteca Britânica Johnny Davidson. Um dos contos, “The Christmas in the Fog”, publicado em abril de 1915, foi encontrado recentemente entre os arquivos da Biblioteca.
Davidson disse que a história explora “como, em certas situações reais, todo mundo se torna estranho, fantasmagórico” e que o conto é “comparável a uma verdadeira história de fantasmas”.
Juntamente com obras esquecidas de escritoras que a Biblioteca Britânica declara “terem sido pioneiras ao desenvolver o ‘conto estranho’ no início do século XX”, The Christmas in the Fog será reeditado pelo selo da Biblioteca na antologia Queens of the Abyss, que sai ainda este ano.
Outras narrativas da antologia incluem o conto de May Sinclair sobre o que o editor Mike Ashley chamou de “um amor fantasmagórico ousado” e obras de Marie Corelli, Violet Quirk, Greye La Spina e Margaret St Clair.
Em sua introdução, Ashley escreve que muitas das escritoras “tiveram que se erguer do abismo da pobreza ou de outras adversidades na infância ou na vida de casadas” e que “é possível ver como elas canalizaram a angústia de suas vidas desfavorecidas em sua ficção, tornando tudo mais real.”
Hodgson Burnett cresceu em circunstâncias difíceis após a morte de seu pai. Sua família imigrou para os EUA em 1865, e a jovem escritora ajudou a sustentar a casa publicando histórias. Ela se casou e se divorciou duas vezes – algo considerado um escândalo na época – e teve dois filhos, um dos quais, Lionel, morreu na adolescência.