Literatura Inglesa Brasil

Clube do livro: A Ilha das Árvores Perdidas de Elif Shafak é leitura de novembro

A imagem mostra a autora Elif Shafak segurando um livro em uma biblioteca

A Ilha das Árvores Perdidas, romance indicado para o Women’s Prize for Fiction, será a leitura de novembro do Clube do Livro Fernanda Carvalho. A reunião será no dia 25/11, às 18h, via Google Meet.

A prolífica Elif Shafak é uma escritora e colunista de ascendência britânica e turca responsável pela autoria de 19 livros, entre eles 12 romances. Entre suas obras, traduzidas para mais de 55 línguas, figuram títulos como A Bastarda de Istambul, The Forty Rules of Love, Three Daughters of Eve, e seu livro mais recente, 10 minutos e 38 segundos neste mundo estranho, finalista do Booker Prize 2019. Ela também é a autora de um memoir, entitulado Black Milk: On the Conflicting Demands of Writing, Creativity, and Motherhood.  Ela é membro e vice-presidente da Royal Society of Literature e já julgou diferentes prêmios literários, 

Shakaf também é doutora em ciência política e lecionou em diversas universidades na Turquia, Estados Unidos e Reino Unido, dentre elas o St Anne’s College e a Oxford University. Seu trabalho em prol dos direitos femininos, das populações LGBT e da liberdade de expressão vem trazendo enormes contribuições. Atualmente, Shafak reside em Londres e escreve uma newsletter chamada “Unmapped Storylands”, por meio da plataforma Substack. 

Seu livro A Ilha das Árvores Perdidas, tema do nosso encontro do mês, foi lançado no Brasil pela Harper Collins no início de 2023. Enriquecida com a perspectiva de Shafak, a trama percorre a busca da menina inglesa Ada por sua origem, que se deve ao encontro de seus pais, o grego Kosta e a turca Defne, na capital do Chipre, Nicósia, que é militarmente dividida pelas respectivas nacionalidades do casal. O encontro deles é testemunhado somente por uma figueira, a narradora da história da família de Ada e da terra onde eles, e na sua própria maneira, a própria Ada, nasceram. A árvore, levada pelo pai na imigração para a Inglaterra, se torna o portal ecológico no qual Ada irá achar a sua origem, que fora quase apagada em uma vida desenraizada. Mas, como retrata a figueira, 

“A solidão é uma invenção humana. As árvores nunca se sentem sozinhas. Os humanos acham que sabem com certeza onde termina o seu ser e onde começa o da outra pessoa. Com as raízes emaranhadas e presas debaixo da terra, ligadas a fungos e bactérias, as árvores não abrigam essas ilusões. Para nós, tudo está interligado.” (p. 35)

Na descrição da vida de Ada com o seu pai enviuvado, avista-se uma tristeza embaçada e opaca que inexplicavelmente se estende ao infinito. Da mesma maneira se mostra a própria menina, que, obrigada a existir (in)definida por linhas borradas que ainda a separam da vida na Grã-Bretanha, não pode entendê-las por conta do silêncio sofrido dos pais a respeito, intensificado após a morte da mãe. O sofrimento de Defne enquanto viva e o de Kosta, tanto antes quanto depois da morte dela, são igualmente marcados, de modo que prova verdadeira a acepção da figueira de que “tudo está interligado”.

Para participar da reunião de novembro  do clube do livro, basta se inscrever clicando aqui. Será maravilhoso receber vocês para discutir a obra de Elif Shafak!

Sair da versão mobile