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Booker Prize 2019 anuncia finalistasLeitura em 3 minutos

The Booker Prize 2019 anuncia seus finalistas | Imagem: Booker Prize

O Booker Prize anunciou nesta segunda-feira, dia 2 de setembro, sua lista de seis finalistas. O vencedor final, que receberá um prêmio de £50.000, será revelado em uma cerimônia no dia 14 de outubro, em Londres.

The Testaments, de Margaret Atwood, a esperada continuação de The Handmaid’s Tale (1985), entrou para a shortlist. A obra terá seu lançamento global no dia 10 de setembro.  O presidente dos jurados e diretor do Hay Festival, Peter Florence, disse em entrevista ao The Guardian que foi um “processo extraordinariamente complicado” para obter cópias do manuscrito, protegido por um acordo “feroz” de não divulgação. Ele não pôde dizer mais do que o seguinte: é um “romance selvagem e belo e que fala com a gente hoje, em todo o mundo, com particulares convicção e poder”.

Esta é a sexta indicação ao Booker da autora canadense, que ganhou o prêmio em 2000 por The Blind Assassin. Outro ex-vencedor, Salman Rushdie, também está entre os finalistas, indicado por Quichotte. O romance é uma releitura de Don Quixote, de Cervantes, que se passa nos Estados Unidos da contemporaneidade.

Classificado como o “azarão gigante da lista”, Ducks, Newburyport de Lucy Ellmann foi publicado pela pequena editora independente de Norwich Galley Beggar Press. Um monólogo de 1.000 páginas de uma dona de casa angustiada em Ohio, o livro da autora britânica-americana se desenrola em uma única frase e abrange amor, mudanças climáticas, violência armada e a situação dos EUA. A jurada e compositora Joanna MacGregor chamou o livro de um exemplo de “forma e voz literárias radicais” e, apesar de seu tamanho considerável, elogiou-o por fluir “com luz e velocidade deslumbrantes”.

A romancista britânica Bernardine Evaristo foi indicada por Girl, Woman, Other. Acompanhando 12 personagens, a maioria delas mulheres britânicas negras, o romance sobrepõe algumas histórias para estabelecer conexões entre pessoas díspares. A jurada e autora Xiaolu Guo classificou a obra como “impressionante e feroz… não há um único momento de tédio”.

O romancista nigeriano Chigozie Obioma entrou para a shortlist com An Orchestra of Minorities. Narrado por um chi, um espírito guardião do mito igbo, o romance acompanha Nonso, um nigeriano ambicioso que fica preso no Chipre depois de ser enganado em um golpe envolvendo a sua formação acadêmica. A jurada e jornalista Afua Hirsch considerou a obra “uma jornada crucial para uma mágoa que é mítica e real”.

A romancista turca Elif Shafak foi indicada por 10 Minutes 38 Seconds in This Strange World, descrito por Calder como “audacioso e original de forma deslumbrante “. Situado em Istambul, o romance retrata os momentos finais da vida de uma trabalhadora sexual assassinada enquanto seu cérebro se desliga lentamente.

Quatro dos seis livros selecionados foram publicados por selos do conglomerado Penguin Random House. As regras do Booker Prize estipulam que selos que nunca foram incluídos em uma longlist podem enviar apenas um livro por ano, enquanto editoras previamente indicadas podem enviar até cinco. Florence negou que o domínio da Penguin Random House sugerisse que as regras precisassem ser reformuladas: “Dado o seu poder de oferta e o alcance, a escala e a qualidade de seu talento editorial, talvez este seja um ótimo ano para o PRH, mas dois ou três livros deveriam ser seu alvo mínimo”.

“Eu ficaria muito feliz em anunciar qualquer um desses seis como o vencedor e sentiria que temos algo espetacular e maravilhoso que convenceria desde alguém que lê um livro por ano, até a [crítica literária] Gillian Beer”, ele disse.

Os finalistas do Booker Prize 2019

The Testaments de Margaret Atwood (Vintage, Chatto & Windus)
Ducks, Newburyport de Lucy Ellmann (Galley Beggar Press)
Girl, Woman, Other de Bernardine Evaristo (Hamish Hamilton)
An Orchestra of Minorities de Chigozie Obioma (Little, Brown)
Quichotte de Salman Rushdie (Jonathan Cape)
10 Minutes 38 Seconds in This Strange World de Elif Shafak (Viking)

Publicado por

Marcela Santos Brigida
Professora na UERJ | Website

Marcela Santos Brigida é professora de literatura inglesa na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.  Doutora em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2022), defendeu tese sobre a obra da escritora irlandesa contemporânea Anna Burns. No mestrado (UERJ, 2020), pesquisou a relação entre a poesia de Emily Dickinson e a canção. É bacharel em Letras com habilitação em língua inglesa e suas literaturas (UERJ, 2018). Atuou como editora geral da Revista Palimpsesto (2020-2021). É coordenadora do projeto de extensão Literatura Inglesa Brasil (UERJ). Tem experiência nas áreas de literaturas de língua inglesa, literatura comparada e estudos interartes, com especial interesse no romance de língua inglesa do século XIX e na relação entre música e poesia.

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