O romance 1984, de George Orwell, completa setenta anos este mês. Para celebrar, a Waterstones publicou em seu blog uma matéria redigida por Mark Skinner sobre a relevância da obra na contemporaneidade. Você pode ler o texto original e as recomendações de leitura da livraria clicando aqui. Incluímos passagens da publicação abaixo:
“Em 1947, quando George Orwell se estabeleceu na ilha escocesa de Jura para escrever 1984, o mundo estava em um constante e terrível estado de fluxo. Ainda se recuperando da imensidão de um conflito que arrasou cidades e dizimou populações, as massas confusas e empobrecidas tornaram-se peões em uma luta desesperada por uma nova ordem global.”
(…) “Na realidade alternativa de 1984, a Grã-Bretanha foi absorvida por um superestado chamado Oceania, governado por um partido político autoritário liderado pelo onipotente Grande Irmão. Na Oceania, os fatos e a história são infinitamente maleáveis e nosso principal protagonista, Winston Smith, trabalha no Ministério da Verdade, distorcendo a realidade para atender às exigências do partido. O aparato do governo é extenso e inclui conceitos como Duplipensar, Crimepensar e Novilíngua; termos que desde então se tornaram parte do léxico político britânico. É o auto-despertar de Winston e a tentativa de rejeição do regime tirânico do Grande Irmão que formam o centro da narrativa.”
“Publicada setenta anos atrás, com uma aclamação quase universal, a obra-prima de Orwell se mostrou surpreendentemente presciente em sua desconstrução do sistema autocrático soviético. Embora houvesse excelentes distopias literárias antes de 1984, nenhuma tinha sido tão abrangente e assustadoramente crível. Seu legado cultural foi imenso; Rapidamente, tornou-se rotina referir-nos a ditadores da vida real como Grande Irmão e qualquer estado de vigilância sombrio como Orwelliano. Mesmo hoje, após o colapso do comunismo no Ocidente, o pesadelo da visão de opressão política de 1984 soa sinistramente verdadeira para muitas pessoas em todo o mundo.”