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The Ministry of Truth aborda o processo de elaboração de 1984

Foto: Divulgação

Em artigo publicado no The Guardian recentemente, Dorian Lynskey compartilhou alguns trechos de The Ministry of Truth, obra na qual discorre sobre o contexto em que George Orwell elaborou seu romance mais amplamente conhecido e discutido em todo o mundo, 1984. Traduzimos uma breve passagem abaixo e convidamos nossos leitores a visitar a página do jornal britânico e a adquirir a obra de Lynskey (publicada pela Pan Macmillan) para ter acesso ao texto completo.

“George Orwell disse uma vez que ‘1984 não teria sido tão sombrio se eu não estivesse tão doente’. Mas a verdade é que Orwell, assim como vários outros escritores, tinha muitas razões para se sentir para baixo na Inglaterra no pós-guerra. Como escreveu em uma de suas London Letters na revista Partisan Review de Nova York: ‘Nenhuma pessoa inteligente que conheço tem uma imagem esperançosa do futuro’. Ele estava ampliando um sentimento generalizado de inquietação assombrada por bombardeios, e não projetando para o mundo algum tipo de tormento privado.'”

“Em meio ao mal-estar do pós-guerra, os amigos de Orwell acharvm que ele parecia ainda mais magro e abatido do que o normal. Sua esposa, Eileen, morreu durante uma histerectomia em 1945 e ele precisava desesperadamente de uma mudança. Durante anos, ele sonhara em se abrigar em uma ilha das Hébridas; o bem-relacionado editor do Observer, David Astor, recomendou a Ilha de Jura, que tinha menos de 300 habitantes. Robin Fletcher, o grande proprietário de Jura, e sua esposa, Margaret, possuíam uma fazenda remota, Barnhill, que precisava de um inquilino para salvá-lo da ruína. Parecia ser ideal. Orwell e sua irmã Avril deixaram Londres rumo a Jura em maio de 1946.”

(…)

“A impressão que você obtém das cartas e dos diários de Orwell é que ele gostava de sua nova rotina de filho-do-solo, plantando árvores frutíferas e vegetais, atirando em coelhos, criando gansos e pescando cavalinha, escamudo e lagosta. Sem vontade de viver como um eremita, ele enviou convites para muitos de seus amigos e fez amizade com Fletcher, seu senhorio. Quanto ao romance que ele estava morrendo de vontade de levar adiante, libertado das muitas tarefas do jornalismo, Orwell descobriu que não queria escrever muito. No entanto, no final de setembro, ele começou a trabalhar em 1984. Quando ele estava se sentindo bem, ele trabalhava na sala de estar; caso contrário, ele datilografava na cama de roupão em um quarto enevoado pela fumaça do cigarro e pelos vapores da parafina.”

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