Seamus Heaney foi um poeta, tradutor e escritor irlandês, nascido em 13 de abril de 1939. Cresceu na fazenda de sua família na área rural do condado de Derry, na Irlanda do Norte, o que o poeta menciona, em seu discurso ao receber o prêmio Nobel de Literatura em 1995, ter sido uma ‘existência íntima, física e de criatura… suspensa entre o arcaico e o moderno’. De acordo com o comitê do prêmio Nobel, o autor recebeu a honraria pela natureza de ‘beleza lírica e profundidade ética, que exaltam os milagres do cotidiano e o passado vivo’ de suas obras, colocando-o junto de outros grandes escritores irlandeses como W. B. Yeats, George Bernard Shaw e Samuel Beckett. Além do Nobel, seus escritos receberam diversos outros prêmios, dentre eles o Whitbread Book of the Year em 2000 pela tradução de Beowulf.
Além de atuar como professor em diversas universidades, Heaney escreveu mais de 546 poemas, começando quando ainda era aluno na Queen’s University em Belfast. Ele viria a publicar 12 coleções de poesia — Death of a Naturalist (1966), Door into the Dark (1969), Wintering Out (1972), North (1975), Field Work (1979), Station Island (1984), The Haw Lantern (1987), Seeing Things (1991), The Spirit Level (1996), Electric Light (2001), District and Circle (2006) and Human Chain (2010).
Sua obra representa seus ideais naturalistas e uma profunda relação com a paisagem irlandesa, juntamente de sua cultura local. Em publicação mais notória, Death of a Naturalist (1966), o poema homônimo conjura imagens da infância no interior:
There were dragonflies, spotted butterflies,
But best of all was the warm thick slobber
Of frogspawn that grew like clotted water
In the shade of the banks. Here, every spring
I would fill jampotfuls of the jellied
Specks to range on window-sills at home,
On shelves at school, and wait and watch until
The fattening dots burst into nimble-
Swimming tadpoles.
Seamus Heaney se consolidou como um dos maiores autores irlandeses, representando, com palavras, sua nação e cultura. Àqueles interessados em a ler sua obra, recomendo começar pelos poemas, em especial da coletânea reunida postumamente por seus familiares — 100 Poems —, que representa ‘uma varredura completa de sua carreira, da primeira coleção à última’. Um de seus poemas mais marcantes, particularmente, é Digging, que explora uma outra face de Heaney, mais pessoal e intimista:
Between my finger and my thumb
The squat pen rests; snug as a gun.