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Clássico da Semana: Moby Dick, de Herman Melville.Leitura em 3 minutos

A imagem apresenta a ilustração de um marinheiro em um conflito com uma cachalote branca.

Escrito por Herman Melville em 1851, Moby Dick é considerado um dos grandes romances da literatura norte-americana e também a obra-prima do autor. A história apresenta as rememorações do personagem Ishmael que, assegurado de que o oceano traria razão para a sua existência e um remédio para suas aflições, embarcou no que foi a última viagem do Pequod, um navio baleeiro. Ao contar a história de um jovem Ishmael, ele eleva a sua história pessoal a bordo do navio em um tocante drama de proporções extraordinárias, que possibilita muitas leituras. 

Já no primeiro capítulo, a personalidade do protagonista e a sua leitura de mundo são apresentadas ao leitor: ele aprecia a vida como algo a ser entendido e contemplado, nunca parando de examinar o mundo ao seu redor, o que promove muitas reflexões ao longo da trama. O leitor é apresentado, também, aos companheiros de Ishmael: ele, seu amigo Queequeg e o primeiro marinheiro, Starbuck, logo reconhecem que Ahab, o capitão do navio, não está plenamente são. O restante da tripulação explica que ele estava se recuperando de um encontro com a grande baleia que dá nome ao livro e que foi responsável pela perda da sua perna. Nesse sentido, a trama se desenvolve com a jornada desse capitão de capturar e matar o animal, procurando a sua vingança independentemente dos custos que esta pode trazer. Seu entendimento do animal se dá por uma projeção de seu ódio, e Moby Dick gradualmente se torna um reflexo dele.

Assim como Ishmael, o capitão Ahab também entende que o mundo visível guarda significados mais profundos, mas o seu processo de discernimento do que está atrás da superfície se diferencia completamente [do de Ishmael]. Enquanto Ishmael é racional e contemplativo, Ahab é visceral e violento. […] Ahab se recusa a aceitar a ideia de que o comportamento de Moby Dick foi motivado puramente por instinto. As ações da baleia branca significavam algo a mais.

(The Cambridge Introduction to Herman Melville, p. 53, tradução livre)

 

Para além das relações entre vida e morte e das razões e motivações existentes na vida de um homem comum que se lança ao mar, o autor invoca diversas referências e descreve não apenas a imensidão do mar, mas também o contrasta e aproxima com a terra firme, em sua pequenez. A obra reflete muitas questões presentes na sua sociedade, e a descrição constante do país reforça uma característica americana, baseando-se em muitos contos de baleia presentes no imaginário popular do país e fazendo diversas analogias e relações com o seu território. Além disso, a história surge em uma época em que muito se clamava por uma identidade própria, principalmente por meio de uma chamada “literatura americana”. 

Moby Dick, em toda a pluralidade que a sua extensão proporciona, é uma obra muito importante e rica, o que encanta seus leitores até os dias de hoje. As habilidades e abordagens de Melville tornam o livro mais do que apenas uma simples história de marinheiro e permitem que ela promova um grande impacto cultural , a medida em que é reimaginada, reescrita e encenada em diversos meios diferentes, se multiplicando e inspirando gerações. 

E você, já considerou mergulhar nessa leitura? 

 

Publicado por

É graduanda em Letras - Inglês e literaturas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e bolsista do projeto de extensão Literatura Inglesa Brasil, sob orientação da Profa. Dra. Marcela Santos Brigida.

1 comentário em “Clássico da Semana: Moby Dick, de Herman Melville.Leitura em 3 minutos

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