Devido às medidas de distanciamento social impostas por conta da pandemia do novo coronavírus, diversos festivais literários foram cancelados ou adiados em 2020. Alguns organizadores, no entanto, optaram por versões digitais dos eventos. Este foi o caso do Hay Festival, que anunciou na semana passada sua programação completa e abriu inscrições para os mais de 80 eventos que acontecerão de 18 a 31 de maio.
Os organizadores do Charleston Festival seguiram um caminho semelhante, anunciando o primeiro “Charleston Festival at Home”, que consiste em “uma série de 10 eventos gratuitos que unem artistas, escritores, pensadores e agentes de mudança on-line para explorar arte, literatura e sociedade, assim como o Bloomsbury Group fez em torno da mesa da sala de jantar de Charleston há 100 anos”.
Charleston é uma casa, jardim e galeria de arte situada no South Downs National Park, no sudeste da Inglaterra. A partir de 1916, foi a casa dos artistas Vanessa Bell e Duncan Grant, dois dos principais membros do Bloomsbury Group. O Charleston Festival acontece todo mês de maio nos jardins de Charleston. O evento celebra a “criatividade, curiosidade intelectual, radicalismo e receptividade de Vanessa Bell, Duncan Grant, Virginia Woolf e dos artistas, escritores e pensadores do grupo Bloomsbury que se reuniram em Charleston e ousaram imaginar a sociedade de maneira diferente”.
A cada ano, o festival organiza uma programação repleta de artistas, escritores e pensadores que se propõem a “discutir, debater e celebrar o melhor da arte, literatura, ideias e política, do passado e do presente”; assim como o Bloomsbury Group fez em torno da mesa da sala de jantar de Charleston há 100 anos”.
Para sua versão “At Home”, O Charleston Festival convidou nomes como Hannah Rothschild, Julian Fellowes, Philippe Sands, Lennie Goodings, Tim Smit, Leïla Slimani, Salman Rushdie, Tayari Jones e Ai Weiwei. Os eventos serão transmitidos no canal do festival no YouTube e você pode conferir a programação clicando aqui.
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Marcela Santos Brigida é professora de literatura inglesa na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Doutora em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2022), defendeu tese sobre a obra da escritora irlandesa contemporânea Anna Burns. No mestrado (UERJ, 2020), pesquisou a relação entre a poesia de Emily Dickinson e a canção. É bacharel em Letras com habilitação em língua inglesa e suas literaturas (UERJ, 2018). Atuou como editora geral da Revista Palimpsesto (2020-2021). É coordenadora do projeto de extensão Literatura Inglesa Brasil (UERJ). Tem experiência nas áreas de literaturas de língua inglesa, literatura comparada e estudos interartes, com especial interesse no romance de língua inglesa do século XIX e na relação entre música e poesia.