Entre janeiro e fevereiro deste ano, a Cambridge University Press publicou os três volumes de uma nova coleção que certamente oferecerá uma experiência de leitura interessante para pesquisadores e entusiastas do início da modernidade 1 na literatura britânica.
Estendendo-se de 1557 – ano que antecedeu a coroação de Elizabeth I – a 1714 – ano da morte de Anne I – , a série engloba e propõe uma nova leitura da literatura produzida ao longo da era elisabetana e da era Stuart2, passando pelo período jaimesco, a ascensão e queda de Charles I, a república de Cromwell e a restauração da monarquia, a revolução gloriosa, a invasão da Inglaterra por William of Orange a convite do Parlamento e o fim da dinastia de Stuart após a morte de Anne I.
Trata-se de um período histórico altamente emblemático e marcado por transições (como o título sugere) políticas e culturais que forjaram as estruturas sobre as quais a democracia britânica se desenvolveria nos séculos seguintes.
Com Stephen Dobranski da Universidade do Estado da Georgia como editor geral, a coleção é apresentada pela Cambridge como uma série que:
Oferece uma nova maneira de ler mais de 150 anos de literatura e história britânica. Concentrando-se em instâncias de transformação, os três volumes da série não apresentam um levantamento empírico para as décadas em discussão. Em vez disso, eles atravessam em sua leitura as demarcações tradicionais – a era elisabetana, o início do século XVII, e a Restauração – e reavaliam tanto os estudos acadêmicos quanto as narrativas já produzidas acerca da relação entre escrita e cultura. Uma das premissas subjacentes desta série é que a literatura se engaja ativamente com – expressa, molda, subverte, questiona, evita e é influenciada pelas – condições nas quais ela foi composta e publicada. Esses compromissos foram especialmente importantes durante o período do início da modernidade, quando os escritores lidaram com, entre outras coisas, o surgimento da cultura impressa, a morte de um rei e o surgimento de uma visão nacional do império.
Leia um pouco mais sobre cada volume nos resumos abaixo:
Gathering Force: Early Modern British Literature in Transition, 1557–1623
O primeiro volume da trilogia foi editado por Kristen Poole (University of Delaware) e Lauren Shohet (Villanova University, Pennsylvania) e cobre o período que se estende de 1557, ano que antecedeu a coroação de Elizabeth I como rainha da Inglaterra, a 1623, ano em que foi publicado o First Folio de Shakespeare.
Political Turmoil: Early Modern British Literature in Transition, 1623–1660
Editado por Stephen Dobranski (que é também editor geral da série), o segundo volume de Early Modern British Literature in Transition se estende do período que antecedeu a ascensão de Charles I ao trono, passando pela Guerra Civil, o julgamento e execução do rei deposto, o período da República / Commonwealth de Cromwell, encerrando em 1660, ano da restauração da monarquia.
Emergent Nation: Early Modern British Literature in Transition, 1660–1714
Editado por Elizabeth Sauer (Brock University, Ontario), o terceiro e último volume da série cobre o período de 1660 até 1714, isto é, a Restauração da monarquia e o subsequente reinado de Charles II, as tensões em relação à falta de herdeiros legítimos e a possibilidade de um católico – o irmão de Charles, James – herdar o trono, o breve reinado de James II, interrompido pela Revolução Gloriosa (1688) e a invasão da Inglaterra por William of Orange a convite do Parlamento, o reinado de William III e Mary II e o fim da dinastia Stuart com a morte de Anne I em 1714.
A coleção Early Modern British Literature in Transition está disponível para compra pelo site da Cambridge University Press. Cada volume custa por volta de £90.