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Cambridge publica série British Literature in Transition

Em dezembro de 2018, a Cambridge University Press publicou uma coleção de 4 volumes intitulada British Literature in Transition. A série, que traz como editora geral a Prof.ª Gill Plain da Universidade de St Andrews, focaliza a literatura britânica produzida em períodos de transição ao longo século XX e se propõe a “mapear um século de mudanças”:

A série também procura mudar a forma como pensamos na história literária britânica ao reconsiderar as certezas canônicas e as normas críticas que moldam o nosso entendimento da escrita do século XX. Subdividindo o século em blocos de vinte anos, cada volume substancial pesquisa, interroga e questiona presunções predominantes de memória crítica para criar um panorama vibrante da cultura literária em seu próprio tempo. Significativamente, essa série revisionária tanto reconhece a contingência do “experimental” e argumenta que os cânones há muito estabelecidos não fazem jus às muitas e variadas formas que a inovação tomou ao longo da extensão do século XX. Como resultado, Transitions restaura complexidades perdidas e reanima debates negligenciados, com seus novos ensaios impositivos colocando figuras familiares lado a lado com vozes esquecidas para gerar um panorama rico e instigante de um século transformador. Explorando transições na escrita, performance, publicação e público leitor do fin de siècle até o novo milênio, a série oferece novas rotas para um entendimento de como a literatura britânica chegou ao século XXI e o que fez da escrita da nação o que ela é hoje.

Cada volume traz um editor próprio. Incluímos um breve resumo de cada livro da série abaixo.

Volume I: British Literature in Transition, 1920–1940: Futility and Anarchy

Editado por Charles Ferrall e Dougal McNeill, ambos da Victoria University of Wellington, o primeiro volume é dedicado às décadas de 1920 e 1930:

A literatura dos “políticos” anos 1930 frequentemente foi lida em contraste com os “estéticos” anos 1920. Esta coleção sugere uma abordagem diferente. Explorando trabalhos recentes que expandem nosso senso das energias políticas e estéticas dos modernismos do entre-guerra, esses capítulos rastreiam transições na literatura britânica. As tensões de rompimento nacional, dissensão de classe e instabilidade política provocaram uma nova ordem literária, e a leitura ao longo das duas décadas entre as guerras expõe a pressão contínua dessas transições. Em vez de seguir marcadores familiares – 1922, a queda da bolsa, a Guerra Civil Espanhola – ou isolar temas particulares do estudo literário, essa coleção aborda problemas e dilemas chave da literatura “em transição” e os lê atravessando obras e produções familiares e não-familiares, em seu rico e contraditório contexto de publicação. Temas como gênero, sexualidade, nação e classe estão, portanto, presentes nesses ensaios. Grandes escritores como Woolf são lidos paralelamente a vozes esquecidas e marginalizadas.1

British Literature in Transition, 1940–1960: Postwar

Editado por Gill Plain (editora geral da série), este volume focaliza o período do pós-Segunda-Guerra, abordando a literatura produzida na década de 1940 e 1950.

“Pós-guerra” é tanto um período quanto um estado de espírito, uma sensibilidade que abrande esperança, medo e fadiga na qual a sociedade e os escritores britânicos paradoxalmente ansiavam tanto por uma transformação política quanto por uma restauração nostálgica das seguranças do passado.  Da vitória do Labour2 em 1945 ao surgimento da Guerra Fria e a humilhação de Suez em 1956, este foi um período de transformação política radical na Grã-Bretanha e além, mas essas mudanças resistiram à assimilação literária. Argumentando que a escrita e a história não mapeiam uma à outra de forma descomplicada e que o pós-guerra não pode ser encaixado facilmente nos paradigmas explicativos do modernismo ou do pós-modernismo, este livro oferece um reconhecimento mais matizado do que foi escrito e lido no período. Da escrita para o rádio durante a guerra aos Viajantes da década de 1950, da poesia da guerra fria ao teatro radical, culturas de revista à ficção popular, este volume examina debates importantes que animaram a Grã-Bretanha no pós-guerra. 3

British Literature in Transition, 1960–1980: Flower Power

Editado por Kate McLoughlin, da Universidade de Oxford, este volume focaliza as intensas, criativas décadas de 1960 e 1970, período marcado pelo fortalecimento de movimentos sociais e poéticas identitárias.

Este volume mapeia transições na literatura britânica geradas pelas mudanças velozes, importantes e de longo alcance das décadas de 1960 e 1970, lançando luz sobre uma gama diversificada de autores, textos, gêneros e movimentos. Ele analisa inovações na forma, considerando poesia, ficção e drama experimentais, e explora a literatura de identidades emergentes em raça, gênero, sexualidade e classe. Ele considera mudanças nas atitudes e na própria mente: o crescimento do ambientalismo, as percepções do passado, a psicodelia, a revolução sexual e o controle da informação. Ele examina desenvolvimentos locais e regionais, visitando o País de Gales, a Escócia, a Irlanda do Norte e o norte da Inglaterra. Por fim, ele se concentra em mudanças nas obras de autores individuais – dois poetas, dois dramaturgos e um romancista: Philip Larkin e Ted Hughes, Harold Pinter e Caryl Churchill, e Iris Murdoch. 4

 

British Literature in Transition, 1980–2000 Accelerated Times

Editado por Eileen Pollard (Universidade de Chester) e Berthold Schoene (Manchester Metropolitan University), o volume final da série aborda as décadas de 1980 e 1990.

A literatura dos últimos vinte anos do século XX na Grã-Bretanha representa um curso intensivo de história transicional. No rescaldo da década de 1970, as esperanças da nação de se tornar mais eficiente eram altas, levando ao abalo interno fundamental que foi a revolução neoliberal de Margaret Thatcher (1979-1990). Após o fim da Guerra Fria, a Europa passava por um rejuvenescimento radical, enquanto o mundo como um todo começava a prosperar em novos níveis de conectividade e proximidade trazidos pelos rápidos avanços da tecnologia de comunicação. Mais tarde, na década de 1990, foi solicitado aos britânicos que aceitassem não apenas a devolução interna, mas também a cristalização de uma nova ordem europeia e global. Este volume mostra como a literatura britânica registrou mudanças históricas contemporâneas. Ele rastreia o surgimento e evolução das tendências literárias, bem como as mudanças transicionais em gênero, tom, estilo e preocupação temática5

 

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