O Literatura Inglesa Brasil vem acompanhando o processo de adaptação do romance Normal People de Sally Rooney (lançado como Pessoas Normais no Brasil) para a TV desde o anúncio do projeto, há mais de um ano. O livro, inclusive, é a primeira obra a ser discutida no nosso clube do livro, no dia 30.
Agora, a poucos dias da estreia da minissérie em 12 episódios na BBC (26/04) e na Hulu (29/04), coprodutoras nesta empreitada, compartilhamos trechos de uma matéria publicada pelo The Observer por Claire Armitstead e Johanna Thomas-Corr no domingo passado (12). O artigo traz comentários sobre a série, além de uma entrevista com Paul Mescal e Daisy Edgar-Jones, que interpretam Connell e Marianne.
As jornalistas iniciam a matéria observando que “embora os fãs esperem e confiem que uma adaptação para a TV de Normal People de Sally Rooney não se esquivará das intimidades sexuais do romance, a produção nos faz esperar um pouco: somente no segundo episódio Connell e Marianne ficam juntos pela primeira vez.”
As autoras destacam o senso de embaraço subjacente à cena: “por alguns segundos, tudo parece estar comicamente errado, com os braços e o rabo de cavalo de Marianne se agitando acima da cabeça dela, presos nas alças do sutiã”, mas sublinham a bela execução da mudança de tom na cena quando “o rosto dela emerge, brilhando de confiança e desejo, e os fogos de artifício começam”.
Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal na adaptação do romance NORMAL PEOPLE de Sally Rooney. | Foto: Divulgação
Entrevistada, Daisy Edgar-Jones declarou “adorar” a cena em questão: “É tão estranho. Para mim, é a cena de amor mais representativa que já vi. Connell é tão gentil, generoso e seguro com ela, que essa se torna uma representação muito saudável de como pode ser uma primeira relação sexual”.
Paul Mescal completa: “Não é algo clínico. É amoroso, romântico e sexy porque você vê duas mentes se unindo.”
A minissérie traz Sally Rooney como co-roteirista em seis episódios escritos em colaboração com a premiada dramaturga Alice Birch, que se lembra de ter “devorado” o romance e imediatamente enviado um e-mail para seu agente dizendo que estava desesperada para adaptá-lo.
Ela disse ao The Guardian: “Eu me senti muito envolvida com essas duas pessoas. Não é sempre que me sinto assim. Em nossa indústria, podemos ser rápidos em apreciar um livro e pensar imediatamente em como cortá-lo em pedaços para a tela.”
O impacto cultural de Sally Rooney
A matéria também cobre a trajetória de Sally Rooney até se transformar em um fenômeno, relembrando que “praticamente assim que chegou ao mundo literário com seu romance de estreia Conversations with Friends em 2017, Rooney se tornou um cartão de visita para quem aspirava a ser visto como culturalmente sintonizado. Seus romances foram postados no Instagram ao lado de chai lattes no topo de pilhas de livros da moda. Ela foi citada no Twitter pelas atrizes Lena Dunham e Sarah Jessica Parker, foi destaque no clube do livro de fãs de Florence + the Machine e teve sua obra incluída entre os livros do ano pela British Vogue e pela O, The Oprah Magazine.”
Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal como Connell e Marianne. | Foto: Divulgação
The Observer ressalta, porém, que para além da sua força na cultura pop, Rooney também foi reconhecida por seus pares: “Fazia muito tempo que eu não me importava tanto com dois personagens em uma página”, escreveu a autora Anne Enright no The Irish Times, quando Normal People foi publicado um ano depois, em 2018.
O romancista e dramaturgo Sebastian Barry também elogiou a romancista e analisou seu impacto: “Existe uma singularidade em Sally Rooney, não apenas em seu estilo absolutamente cristalino, mas também em seu sucesso universal. É difícil identificar um momento comparável na escrita irlandesa, tanto em sua amplitude quanto em seu imediatismo, a menos que você possa voltar ao impacto que o romance, e mais particularmente o filme, The Commitments de Roddy Doyle teve no início dos anos 90. Há outras carreiras igualmente radiantes, espalhadas de maneira mais convencional ao longo de décadas, como a de Anne Enright ou Colm Tóibín, mas a forma repentina como aconteceu com Sally Rooney, a chegada quase abrupta, me lembra mais uma figura como Martin McDonagh no teatro. Há um tempo antes de Sally Rooney e um tempo depois dela.”
Analisando os números de vendas para Normal People, as jornalistas observam que estes são “enormes para um romance literário”, ressaltando que a obra já está em sua sétima edição, tendo vendido quase 500.000 cópias no Reino Unido e 76.000 na Irlanda, de acordo com os analistas da indústria Nielsen Bookscan. Os direitos de tradução foram vendidos em 41 idiomas. Há uma pressão considerável, então, sobre Edgar-Jones e Mescal, que estão cientes de estar interpretando dois dos papéis de TV mais cobiçados do mundo pelos seus colegas agora.
Marianne e Connell: Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal
Você pode ler a nossa resenha para Normal People clicando aqui.
“Marianne e Connell são um casal que se esforça para se encontrar através de uma névoa de classe, status social e suas próprias falhas de comunicação. A mãe de Connell limpa a casa de Marianne. Em sua escola secundária em Sligo, ele é um jogador de futebol gaélico popular, enquanto ela é quase invisível. A atração deles é tanto intelectual quanto sexual, algo que eles entendem ao se reencontram na universidade em Dublin, quando seus status se invertem: nesse novo ambiente rarefeito, ela é considerada bonita e descolada, enquanto ele é o outsider.”
Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal como Connell e Marianne em cena filmada em Sligo. | Foto: Divulgação
Armistead e Thomas-Coor nos lembram que a série marca a estreia de Paul Mescal, ator irlandês de 24 anos filho de um policial civil e de uma professora. Seu primeiro papel foi em uma adaptação teatral de The Great Gatsby, interpretando o personagem-título. Ele estava em temporada em outro teatro de Dublin, o Abbey Theatre, quando soube que o elenco de Normal People estava sendo escalado. “É um daqueles papeis que você logo sabe que serão grandes. Eu estava cercado de muitos atores irlandeses na época e todos sentíamos que éramos o Connell, de certa forma”, ele disse.
Daisy Edgar-Jones, por sua vez, uma londrina de 21 anos cuja mãe é da Irlanda do Norte, já é uma veterana na TV. Ela estreou aos 17 anos no revival da comédia Cold Feet. A atriz entrou em contato com Normal People pela primeira vez ao ouvir uma amiga, que ia fazer o teste para o papel, ensaiando na mesa da cozinha. Ao The Observer, Edgar-Jones disse: “Eu pensei: ‘Hmm, isso parece bom.’ Então eu peguei o livro e me apaixonei. Era uma aposta muito alta porque pensei: ‘Ah meu Deus, eu amo isso mais do que jamais amei qualquer coisa. Eu realmente quero esse papel’”.
Embora pareçam um par natural na tela, o processo de escalação foi extremamente técnico, envolvendo “leituras de química” que aconteceram com os atores juntos e separados para descobrir se o magnetismo na tela funcionava. Mescal foi o primeiro a ser escolhido, emergindo de um grande grupo de atores após várias rodadas de audições. Edgar-Jones ficou entre as cinco finalistas com base em uma fita que ela havia gravado às pressas no intervalo de almoço de outro programa em que estava trabalhando.
Eles claramente se tornaram bons amigos, as colunistas avaliam, citando Mescal: “Quando Daisy entrou na sala para fazer a leitura da química, imediatamente pensei: ‘Era assim que imaginava Marianne’”.
“Vi o Paul e pensei: ‘Eu sei tudo sobre você!’ O que é bobagem, porque ele não é o Connell”, acrescentou Edgar-Jones.
Sally Rooney na TV e na página
Armistead e Thomas-Coor avaliam que “o fato de esse reconhecimento instantâneo ter sido produto de um processo de seleção tão meticuloso parece estar de acordo com o projeto de Rooney: por mais que seus romances sejam aclamados como uma emanação do zeitgeist, eles também estão imersos em protocolos clássicos.”
Daisy Edgar-Jones como Marianne Sheridan em NORMAL PEOPLE. | Foto: Divulgação
As colunistas retornam a Anne Enright: “Normal People tem o motor de um romance do século XIX”, escreveu. “Há um senso abrangente de autoridade na voz que a torna mais terrível quando as vidas dos personagens começam a lhes escapar… Rooney está completamente no controle.”
As jornalistas fazem associações a outros autores. Para elas, “há um toque de DH Lawrence na interação entre o atleta bonitão Connell e a pobre-menina-rica Marianne, assim como há um quê de The Golden Notebook de Doris Lessing na determinação dos personagens de encontrar seu próprio espaço político e erótico (embora fiel à inteligência adversária de Rooney como ex-campeã de debates, seja Connell quem cita o nome do romance primeiro, e não Marianne).”
Normal People: o formato da série
Falando sobre o formato da série – 12 episódios de meia hora – o cineasta irlandês indicado ao Oscar Lenny Abrahamson, codiretor de Normal People e primeiro nome confirmado para a adaptação, observou que:
“Antes, apenas sitcoms duravam 30 minutos e, se você queria contar uma história dramática, tinha que durar uma hora. Mas gostamos muito da ideia de episódios curtos, porque isso permite que você centralize seu foco”. O diretor citou a primeira cena de sexo e avaliou que não seria possível obter “aquela densidade de foco ao longo de uma hora”.
O que pensa Sally Rooney
“Quando ouço a expressão ‘cena de sexo’, penso em uma cena de diálogo”, disse Rooney a um entrevistador. “O que esses personagens querem dizer um ao outro? Não vou escrever apenas uma cena em que dois personagens digam palavras aleatoriamente. Da mesma forma, as cenas de sexo precisam realmente desempenhar um papel dramático.”
Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal como Connell e Marianne em cena de Normal People. Foto: Divulgação
A colunista e autora do Irish Times, Fintan O´Toole, ponderou: “Na verdade, Rooney me lembra Chekhov na maneira aguda, sutil e sem julgamento que calibra os desejos e as fraudes e ilusões humanas. Ela não é solipsista – grandes coisas estão acontecendo sob as intimidades: classe social, dinheiro, gênero, poder. Eu acho que ela atingiu um nervo agora, porque estamos em um momento em que há uma consciência ampliada de que desejo e sexo não podem ser desembaraçados de todas essas coisas. Ela está criando histórias de amor para uma era pós-romântica.”
Armistead e Thomas-Coor refletem sobre as diferenças entre as mídias, no entanto: “A representação dessa história de amor é inevitavelmente diferente em um romance, que é expresso em palavras e em um filme, em que a articulação reside na manipulação do corpo humano. ‘O sexo foi um grande desafio e levamos isso a sério desde o início’, observou Abrahamson. ‘O que pretendíamos mostrar, mas também literalmente como filmaríamos o sexo de uma maneira positiva, segura e saudável para todos os envolvidos, tanto na frente quanto por trás das câmeras.’”
Normal People e #MeToo
As colunistas ressaltam, ainda, a relevância da “questão da assimetria – tanto de gênero quanto de status – que lançou uma sombra sobre o mundo da mídia na era do #MeToo. A diretora de teatro, cinema e TV Hettie Macdonald ficou responsável por seis dos episódios.”
“Eu queria estabelecer uma equipe mais equilibrada em termos de gênero desde o início”, diz Abrahamson. “Geralmente, as equipes são muito dominadas por homens, especialmente no departamento de câmeras, e estou começando a ver que há cada vez menos razões para isso.”
“Mas eis o que é o mais importante para mim”, ele acrescenta. “Estou na casa dos 50 e, no que diz respeito aos jovens atores, sou bem-sucedido. Minha preocupação seria – porque jamais desejaria fazer algo que os deixaria desconfortáveis – que eles se sentissem pressionados a fazer o que eu queria, e meu medo disso me impediria de perguntar.”
A solução foi contratar os serviços da “coordenadora de intimidade” Ita O’Brien. “Eu estava ansioso para começar, porque pensei que os momentos mais sutis e importantes seriam entre mim e os atores”, admite Abrahamson. “Mas o que foi brilhante foi que ela entrava e conversava com toda a equipe e a produção sobre coisas simples, como não usar eufemismos, sobre obter consentimento explícito toda vez que você está prestes a fazer algo e encontrar uma linguagem para falar sobre fazer amor, e sobre suas formas e climas. Isso foi empoderador para as pessoas envolvidas.”
Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal como Connell e Marianne. | Foto: Divulgação
“Ela é uma referência”, concorda Mescal. “Ela é brilhante”, diz Edgar-Jones. “As cenas de sexo foram uma alegria para nós, porque o trabalho dela era se preocupar com o modo como funcionaria e nós apenas chegávamos, fazíamos a coreografia e prosseguíamos. Nós só tivemos que pensar sobre o aspecto emocional.”
Para Edgar-Jones, essa sensibilidade se estende de maneira importante ao uso da nudez. “O que realmente me deixa feliz é que há uma representação equivalente de ambos os nossos corpos. O Paul é igualmente exposto. Quando estamos em uma cena e topless, é diferente para o Paul e para mim, então é bom que haja fotos em que ambos estamos completamente nus! Isso significa que há mais equilíbrio, em termos de gênero.”
Para as jornalistas, “uma das características intrigantes da intensa identificação dos leitores com Connell e Marianne é que os personagens habitam um nicho cultural bastante rarefeito, com esnobismos intelectuais e políticos. Eles discutem teoria crítica e o Manifesto Comunista e desprezam colegas que não se dedicam à leitura.”
“Na escola, Marianne transforma sua solidão em um distanciamento arrogante que faz parte de seu apelo para Connell, fazendo com que garotas mais populares soem maçantes e parecidas entre si. A própria Rooney disse que imaginava que seus romances apelariam apenas para “pessoas que compartilham minha ideologia ou tenham uma visão igualmente pessimista dos sistemas sociais.”
Como os atores se conectam com esse aspecto da história?
“Eu definitivamente me identifiquei com a Marianne na escola de algumas maneiras, principalmente a percepção que ela acha que outras pessoas têm dela, e como ela brinca com a questão se mudar isso é possível”, diz Edgar-Jones. “Frequentei uma escola muito pequena [a escola independente The Mount School para meninas em North London]. Você cresce muito como pessoa dos 11 aos 16 anos e, no final, senti que era fundamentalmente diferente de quem eu era quando comecei, mas minhas amigas só viam como eu era quando eu tinha 11 anos. Quando fiz meu primeiro curso no National Youth Theatre, aos 15 anos, de repente havia muitas pessoas apaixonadas pelas mesmas coisas, então pude expandir os horizontes de quem eu tinha me tornado.”
“Mescal, como Connell, era uma estrela do futebol gaélico academicamente brilhante que decidiu seguir em uma direção inesperada – no caso do ator, ele seguiu para a Lir Academy, uma escola de teatro anexa à Trinity College Dublin.
“Essa escolha pode fazer você se sentir completamente nu por um tempo. Eu não tinha uma noção prévia de como seria a escola de teatro ou a vida de ator”, ele diz.
O cenário social da universidade é tratado com desdém em particular por Rooney como um lugar de impostores privilegiados.
“Eu ficava fora do campus no lado do treinamento no Conservatório, mas quando você se aventura no campus e vai a festas, definitivamente sente o grau de performance que vemos nas festas do livro. A performance da classe social… Sally realmente captura isso”, diz Mescal.
Normal People: um romance millennial?
Para as jornalistas, “em um aspecto os personagens são bastante distintos da sua geração”:
“É engraçado porque o livro foi chamado de romance millennial, mas eles não se conhecem por meio de um aplicativo de namoro”, aponta Edgar-Jones. “Eles se encontram na vida real e têm conversas reais. Eles não mandam muitas mensagens, eles se falam. Isso é saudável, emocionante e importante para mostrar que ainda acontece. Não estamos todos conversando pelo Facebook Messenger, ainda temos relacionamentos íntimos e cara a cara.”
A própria Rooney disse que está mais envolvida com as redes sociais do que Connell e Marianne, apesar de ter abandonado sua conta no Twitter em 2019 com uma fala de despedida que deixaria Marianne orgulhosa: “só para deixar claro, continuo concordando com todas as suas boas opiniões e discordando das ruins (as quais fico triste em dizer, são muitas)”.
Paul Mescal como Connell em Normal People. | Foto: Divulgação
Mescal admite: “Minha experiência comigo e com meus colegas é que Connell e Marianne são minoria. Eu acho que intimidade e relacionamentos íntimos são mais difíceis em geral por causa das mídias sociais e aplicativos de namoro. Acho isso um pouco deprimente e assustador, porque você está constantemente consciente de como se apresenta e, então, seu contato humano com as pessoas se torna muito diferente. Eu acho que Connell e Marianne são exemplos exemplares de não fazer isso. Não devemos esquecer que, às vezes, o melhor lugar para conhecer alguém é em um bar, e não pelo telefone.”
As colunistas se voltam, então, para “a questão da ansiedade, à qual ambos os personagens são propensos”:
“Sinto que a ansiedade é mais prevalente entre os jovens”, admite Edgar-Jones. “Sinto mais pressão para viver uma vida de acordo com aquilo a que sou exposta, o que vejo nas mídias sociais – uma vida perfeita e positiva. Às vezes me sinto estressada quando vejo todos os meus amigos saindo, por exemplo, se sou autônoma e estou em casa sem nada para fazer. Mas de uma forma positiva, sou muito grata às mídias sociais e à forma como elas nos expuseram a diferentes modos de vida e diferentes pontos de vista, permitindo que tenhamos diálogos mais amplos.”
Mescal acrescenta: “Acho que há uma pressão financeira maior sobre as pessoas da nossa idade. Há uma probabilidade de alugarmos moradia pela maior parte, se não a totalidade, das nossas vidas. É apenas uma mudança na sociedade que se presta a um tipo de… como se chama? Uma durabilidade. Como millennials, desenvolvemos uma durabilidade para pegar o que vier e tirar o melhor proveito. Não conhecemos nada diferente nesse sentido.”
Normal People e distanciamento social
A entrevista aconteceu em Londres, onde os dois atores agora residem, bem no momento em que o distanciamento social estava entrando em vigor. As jornalistas perguntaram como eles achavam que sua geração ia lidar com isso:
“Eu acho que estamos bem equipados – tanto quanto possível – para lidar com algo como o coronavírus, porque estamos acostumados a nos adaptar, a compensar e a ceder”, diz Mescal. “Se algo positivo surgiu disso para mim, olhando para todos lá em casa na Irlanda, é que há a oportunidade de criarmos um forte senso de comunidade global e de refletir sobre tudo o que é difícil, juntos. Isso é muito animador, porque podemos nos tornar bastante isolados, alienados e sem voz em nossas próprias comunidades.”
Para Claire Armitstead e Johanna Thomas-Corr, “uma coisa que unirá muitas pessoas são os 12 episódios de Normal People, embora tamanha seja a devoção aos personagens de Rooney que as avaliações provavelmente chegarão ao o nível de: ‘Por que a Marianne tem franja?’.
Os atores concordam. ‘Não vamos nos encaixar na ideia que todos fazem deles. A única coisa sobre a qual temos controle é interrogá-los emocionalmente, como faríamos com qualquer outro personagem. Mas amamos Connell e Marianne.”
A série completa de Normal People estará disponível no Reino Unido por meio da BBC Three a partir de 26 de abril. Na Irlanda, a série estreia na RTÉ em 28 de abril. A produção chega aos EUA via Hulu no dia 29. Ainda não há data oficial para a estreia no Brasil.
Publicado por
Marcela Santos Brigida é professora de literatura inglesa na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Doutora em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2022), defendeu tese sobre a obra da escritora irlandesa contemporânea Anna Burns. No mestrado (UERJ, 2020), pesquisou a relação entre a poesia de Emily Dickinson e a canção. É bacharel em Letras com habilitação em língua inglesa e suas literaturas (UERJ, 2018). Atuou como editora geral da Revista Palimpsesto (2020-2021). É coordenadora do projeto de extensão Literatura Inglesa Brasil (UERJ). Tem experiência nas áreas de literaturas de língua inglesa, literatura comparada e estudos interartes, com especial interesse no romance de língua inglesa do século XIX e na relação entre música e poesia.
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